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Hora de Ler: O Homem de Giz - C.J. Tudor


Fala galerinha, tudo bem? O thriller mais aguardado do ano chegou por aqui, bora conferir se é isso tudo mesmo?!

Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras.
Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.

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Então, a autora conseguiu desenvolver uma narrativa inteligente, complexa e que no fim tem todos os pontos apresentados interligados, tudo, absolutamente tudo é importante o que nos obriga a prestar atenção nos detalhes mais ínfimos da história. Ela começa muito de repente sem você saber de nada nem ninguém e o narrador vai falando como se fosse seu melhor amigo relembrando os fatos, que só começam a fazer sentido mesmo lá pela metade do livro que é quando voltamos a primeira página e tudo se encaixa. Sinceramente gosto desse tipo de narrativa "quebra-cabeça" apesar de no início sempre ficar muito ansioso e com medo de as coisas não se encaixarem no futuro.

Sobre as referências não senti nada nem perto de Stranger Things como estão anunciando, a única semelhança é o grupo de crianças e um fato estranho na pequena cidade inabitada. Já sobre Stephen King tem um filme com premissa bem parecida chamado Conta Comigo, baseado num conto do autor.

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Tudo na história gira em torno dessa gangue de crianças que aprontavam todas na cidade e em meio a isso surgem histórias paralelas de cada um dos 5 que se for detalhar perde todo o brilho do livro. Sempre alternando entre passado e presente, durante o desenrolar levei vários sustos, muitas surpresas mas nenhum plot twist como esperava, o final foi bem executado, ao mesmo tempo que para a grandiosidade do que foi desenvolvido ficou um final "preguiçoso" esperei bem mais da autora nesse ponto. É um livro bom, com alguns furos aqui e ali mas que podem ser facilmente relevados devido a fluidez da narrativa, os personagens carismáticos e um lado bem sangrento e macabro da autora que exalta as descrições de corpos mutilados, sangue e uma atmosfera anos 80.

Em meio a isso tudo ainda teve brecha para inserir umas referências aqui e acolá, fluxos de pensamento do protagonista (que se torna cansativo quando chegamos no final), e algumas lições que nos fazem pensar um pouco.

Sendo assim leva 4 estrelas pelo final "corrido" mas convincente, sem dúvidas um livro que vale muito a pena ser conferido e a partir de agora C.J. entra no hall dos autores-que-lerei-tudo-que-for-publicado.




Quotes:

As crianças também tem segredos. Às vezes, mais do que os adultos.

Nem sempre o que nos molda são as nossas realizações, e sim as nossas omissões.

As pessoas boas não precisam ter religião, porque sabem em seu íntimo que estão fazendo a coisa certa.

O amor não é uma escolha, é uma compulsão.

Afinal quem somos nós além da soma de nossas experiências, das coisas que aprendemos e colecionamos ao longo da vida?

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