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Além das Páginas: Relacionamentos abusivos e o pertencimento


Olá galerinha, tudo bem com vocês?! De volta com a nova coluna do blog que, graças a vocês teve uma ótima recepção, muito obrigado! Hoje o tema é um pouco delicado, preparados?

Cuidados excessivos, ordens disfarçadas de carinho "eu quero isso para o seu bem", interferências na vida do outro que causam incômodos, isso é só o começo de um relacionamento tóxico e conseguir identificar isso para quem tá sofrendo o abuso é mais difícil do que parece.

Pode começar com pequenas ordens, se a pessoa tiver baixa estima a coisa se intensifica pois ela acha que não é merecedora de tudo aquilo, agradece tudo que o outro faz para ela e se torna submissa sem ao menos perceber, torando aquilo parte do seu dia-a-dia, se acostumando com o que deveria rebater ou mesmo discutir.
Isso é o que acontece com a personagem Merry, do livro de estreia da autora Michelle Sacks, Você Nasceu para Isso, onde ela acha que tudo bem não trabalhar e ser uma dona de casa integral, cuidar do filho, se manter limpa, depilada e sempre pronta quando o marido gostoso, bem sucedido, e rico chegar em casa afinal de contas as mulheres foram feitas para servir e procriar.


É nesse cenário altamente tóxico que a narrativa se desenvolve, e quem pensa "ah mas isso é ficção" infelizmente é mais comum do que se pensa. Quantas donas de casa estão no seu íntimo insatisfeitas com as tarefas lhes dadas pelos companheiros opressores? Ninguém sabe ao certo pois "de fora" é apenas um casal funcional, mas na intimidade a coisa muda de perspectiva.

Ciúme excessivo, monitoramento constante, falta de confiança, o parceiro te diminui ou tenta mudar quem você é, joguinhos emocionais, coloca defeito em tudo, apenas se importa com si.
Esses são os principais "sintomas" de um relacionamento tóxico e que a protagonista sofre no livro.

Dei o exemplo feminino por ser o mais "comum" mas isso também acontece com mulheres controladoras e maridos submissos. Sejam por se acharem inferiores, terem medo de perder o parceiro ou traumas do passado, as pessoas que passam por situações como essa raramente conseguem enxergar além da bolha e auto diagnosticar aquilo como uma relação tóxica, geralmente são os amigos quem notam e "avisam" para só então a pessoa conseguir acordar (se for inteligente o suficiente) para se livrar daquilo, ou ás vezes deixam de lado por estarem acostumadas.

Esse é um assunto delicado e pesado a ser retratado num livro que impressiona por ser o primeiro da autora, a profundidade dos personagens e da questão são muito bem explorados dando uma credibilidade maior a história. É do tipo de livro em que você para e fica pensando por horas mesmo depois de ter finalizado.
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