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Hora de Ler: Os Próprios Deuses - Isaac Asimov


E aí galerinha, tudo bem? Hoje tem essa PEDRADA em forma de livro que admito, não é para todos por apresentar temas densos e beeem complexos mas que dá uma certa satisfação de ler. Preparados?!

Frederick Hallam é um cientista medíocre, mas acidentalmente descobre uma nova substância que permite a criação da Bomba de Elétrons, uma fonte de energia gratuita e inesgotável.
Mais do que uma promessa de avanços importantes para a humanidade, essa inovadora tecnologia revela a existência de um universo paralelo, uma outra realidade que passa a ser analisada e com a qual os estudiosos tentam fazer contato.

No entanto, um jovem cientista decide pesquisar a fundo as origens desse incrível artefato, e acaba descobrindo uma verdade terrível que pode colocar em risco toda a humanidade.

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Teorias conspiratórias? Temos, muitas! Mas diferente da nossa realidade atual essas fazem sentido e mesmo sendo ficção tem embasamento, não se tratam apenas de ruminações por assim dizer. 
A história já começa a mil entregando tudo o que se espera de uma ficção científica hard com muito diálogo entrelaçado de ação, uma característica do autor é introduzir um assunto que de início parece "banal" simples de ser entendido e esmiuçar no decorrer da narrativa, tornando complexo o que até então pensávamos estar entendendo, embora cause um pouco de ansiedade (em mim) acho legal essa forma de desgraçamento mental o famoso "isso é muito Black Mirror" definitivamente esse livro é.

Vale destacar que a obra é dividida em três partes independentes que depois se interconectam formando um todo (ou não, depende da sua interpretação), sendo elas:
 
Contra a estupidez...
...os próprios deuses... (surto coletivo)
...lutam em vão?

A segunda parte é a mais psicodélica que já li em toda a minha vida num livro, meus senhores! Não dá para saber exatamente o que são aqueles seres e fica a cargo da gente tentar imaginar baseado nas descrições mais loucas ainda que o autor nos dá; eeeu particularmente imaginei-os como amebas ou seres microscópicos dados os flagelos, esticamentos, e fluidez descritas. 


É muito interessante o desenvolvimento dessa sociedade estranha, que causa um certo desconforto por não estarmos entendendo muito bem o que se passa mas depois nos acostumamos e pasmem: nos apegamos a eles. O final dessa parte é recompensador além de dar sentido a todo o capítulo, sendo uma crítica direta ao patriarcado, a "fórmula" da construção de uma família, e dando uma verdadeira aula de neutralidade de gênero. O cara era muito a frente do tempo MESMO.

Já a última faz mais conexão direta com a primeira, uma briga de egos disfarçada de avanço científico entre o povo da lua e os terráqueos, uns querendo demonstrar mais poder que os outros, se atacando sutilmente e se tratando como rivais mas tudo em nome da ciência. 
Parece que já vimos isso em algum lugar não?
Essa parte é legal por ser mais "normal" e vem como um alívio pós surto fluídico, ainda tem umas intrigas, ameaça de conspiração etc, não prometeu nada e justamente por isso também deixou a desejar com um final aberto. P### Asimov!


Seria injusto dar menos de 4 estrelas a essa obra magnífica, complexa e que comeu meu juízo me fazendo sonhar com os personagens durante todo o tempo (2 meses?) de leitura. É daquelas narrativas chiclete que grudam na sua mente, e depois de finalizar começa a fazer (mais) sentido.

Quotes:

Desse tipo de coisa – aborrecimentos triviais, agressões gratuitas – é feita a História.

Desejar não é realizar

É um erro supor que as pessoas querem o meio ambiente protegido ou suas vidas salvas, e que se sentirão gratas com qualquer idealista que se disponha a lutar por essas causas – disse o senador. – O que o povo deseja é seu próprio conforto.

Bom, isso é o que você espera. Mas esperanças não rendem juros.

A Terra mente para si própria por uma questão de conforto.

O caminho mais rápido para se solucionar um problema é negar que ele existe.

Mistura de genes é uma coisa, sexo é outra.

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