Olá galerinha, tudo bem com vocês? Hoje voltei com novidade, um lançamento gostosinho da mesma autora de Teto para Dois, título que gostei demais no ano passado, estão preparados?
Leena Cotton tem 29 anos e sente que já não é mais a mesma. Eileen Cotton tem 79 e está em busca de um novo amor. Tudo de que neta e avó precisam no momento é pôr em prática uma mudança radical. Então, para colocar suas respectivas vidas de volta nos trilhos, as duas têm uma ideia inusitada: trocar de lugar uma com a outra.
Leena sabe que precisa descansar, mas imagina que a parte mais difícil será se adaptar à calmaria da cidadezinha onde a avó mora. Cadastrada em um site de relacionamentos, Eileen por sua vez embarca na aventura com a qual sonha desde a juventude. Dividindo o apartamento com dois amigos da neta, ela logo percebe que na cidade grande suas ideias mirabolantes não são tão complicadas assim.
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Já começo dizendo que fui surpreendido mais uma vez com a história que Beth O'Leary me entregou que vai muito além do romance e foca em questões existenciais, familiares e também sobre o nosso posicionamento em relação aos outros.
Foi mais uma surpresa muito boa vindo da autora, embora a ideia de trocar as vidas seja um tanto quanto batida vide os milhares de filmes que existem com esse plot, e o clássico O Príncipe e o Mendigo de Mark Twain, mas ela tem um diferencial podendo ser até considerada uma releitura moderna por assim dizer.
Uma das questões mais fortes e bonitas é sobre não existir limite
de idade para viver por assim dizer, quebrando as convenções de que uma pessoa
tá velha demais para algo, o que obviamente se mostra uma mentira cultivada em
nossas mentes há muito tempo.
A protagonista Leena além de ser escrava do
trabalho (embora muito competente) também está em um relacionamento abusivo,
onde não se sente capaz de amar ninguém a não ser o atual namorado por quem
não está mais nutrindo a paixão de antes, estão juntos por comodismo. Outro
ponto marcante e que me "engatilhou" foi no que diz respeito a Carla, irmã de
Leena que morreu em decorrência de um câncer, e esse luto persiste por toda
obra desde as primeiras páginas.
Com os temas jogados na mesa o legal de tudo é acompanhar a evolução de cada
personagem, em como eles aprendem a lidar ou até mesmo resolver cada "bronca"
durante a narrativa. É bem inusitado o lugar onde Leena fica, praticamente
isolada do mundo com um celular velho e sem tecnologia, mas que serviu como um
retiro para o autoconhecimento. As coisas que acontecem lá com os velhinhos
são as mais hilárias e inocentes possíveis.
Já a avó Eileen é mais
saidinha e vai para Londres em busca de um boy magia, hilário também!
Claaaaaro que não poderia deixar de faltar a parte do romance altamente
previsível, com bastante açúcar derretido, mel e especiarias, além de um cara
casado com filha, extremamente gostoso, gentil e que se apaixona pela mocinha
indefesa que perdeu a irmã recentemente. Confesso que até essas partes
açucaradas embora definitivamente não façam meu estilo foram legais, não passa
disso e achei ótimo, sem muitas descrições nem cenas quentes, o foco aqui é o
desenvolvimento "pessoal" de cada personagem.
Aliás, personagem é uma
coisa que não falta nesse livro, construindo uma verdadeira família e se ela
quiser dar uma esticada tem como fazer mais 50 spin-offs com a história de
cada um da vila, mas acredito que isso não venha a acontecer talvez no máximo
uma referência aqui e ali nos próximos títulos.
A escrita de Beth é bem familiar para quem leu Teto Pra Dois, e diria também um deleite pois os capítulos são curtos e alternados, a narrativa fluída, algumas muitas referências a cultura pop e BAM!: sucesso. Nem preciso dizer que são 5 estrelas e uma corrente de oração pra que vire filme original Netflix ou Amazon pois daria uma comédia romântica DAQUELAS!
Quotes:
Quando a gente está sozinha pelo menos não fica alimentando esperanças, não é?
Não sinto falta dele, mas ás vezes sinto falta do conceito de marido.
Essa é a pior parte de uma tragédia familiar. Nossa rede de apoio some de uma hora para outra.
Talvez consertar uma á outra seja a linguagem de amor da família Cotton.
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