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Hora de Ler: A Máquina do Tempo - H.G. Wells

Olá galerinha, tudo bem com vocês? Hoje trago mais um clássico e dessa vez da ficção científica, com muitas teorias malucas e claro: viagem no tempo. Estão preparados?!

O primeiro livro sobre viagem no tempo.

Você acreditaria em alguém que afirma ter viajado no tempo? Se agora as chances são pequenas, imagine para os leitores de 1895, quando H.G. Wells lançou A máquina do tempo, sua estreia no gênero que o consagraria “pai da ficção científica”.
O primeiro romance a abordar o assunto da viagem pela quarta dimensão acompanha as aventuras do Viajante do Tempo para o futuro, mais precisamente oitocentos mil anos adiante. 

Wells envia seu bravo explorador para uma era na qual a humanidade se resume a duas raças: os pacíficos e etéreos Elóis, e os predadores e subterrâneos Morlocks. O Viajante, que não carrega mais do que uma caixa de fósforos consigo, terá que aprender a se movimentar entre esses dois mundos e decifrar um segredo macabro, correndo o risco de nunca mais conseguir voltar à Londres de sua época. 

Inúmeras leituras são possíveis, inclusive interpretações marxistas e darwinistas; o fato é que A máquina do tempo é não só um grande clássico de ficção científica, mas uma aventura impossível de largar.

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Muitas considerações a serem feitas, uma delas é em relação a expectativa criada a cerca da história e toda sua importância literária sendo pioneira e dando origem a muita coisa que conhecemos hoje, difícil segurar a emoção, nem preciso dizer que esperava bem mais.


O "problema" aqui é o desenvolvimento pois a ideia é genial. Ao invés de o autor focar nos temas propostos (o mais gritante sendo a viagem no tempo) ele foi por um caminho bem mais chato contemplativo, mostrando como será o futuro e todo esse lance de sociedade, humanidade e blá blá blá. Ciência? Not much. Focou mais na "guerra" entre os povos do que outra coisa, passando de interessante a entediante em muitas partes.

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Há vários pontos positivos aqui também, calma. Um deles é a forma de escrita bem característica, bem detalhada e "imagética" da situação, isso sem citar que sem querer ele também é poético em várias ocasiões, já em outras dá um tapa na cara da sociedade com reflexões simples mas valiosas. Outro destaque vai para o narrador que nos prepara uma atmosfera de tal forma que exclui qualquer tipo de julgamento, como por exemplo na passagem "retorno da atmosfera de todos os dias estão provocando uma tensão demasiada em minha memória." foi uma jogada de mestre utilizar desse recurso.

Logo no início nos é apresentado o conceito de Viagem no Tempo e achei bem criativo ele citar as memórias, quando nós as acessamos é um tipo de viagem em que naquele momento somos deslocados do presente diretamente para o passado. Pensando bem isso faz muito sentido só falta ser melhor explorado pelos cientistas para descobrirem como poderemos interferir nessas intervenções futuramente.

No geral achei mais um livro "humanista" do que científico por assim dizer. Foca muito nas relações entre os povos, a questão da regressão pois muito do que conhecemos está em desuso, não existe violência, medo, sequer palavras (das quais estamos acostumados), as necessidades básicas mudaram e todos se alimentam de frutas, tem medo do escuro e vagam por aí o dia inteiro sem fazer nada.
De início essa utopia se mostra bem estranha mas com o tempo nos acostumamos até entender de fato o motivo de tudo aquilo.

Apesar do ritmo lento é uma leitura viciante, diria mais: fascinante, pois você sempre quer saber o que irá acontecer em seguida nesse futuro utópico, estranho e totalmente diferente de tudo pelo qual estamos acostumados. Sem dúvida vale como uma ótima reflexão social e do indivíduo como um todo, seu papel e lugar no mundo.

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AINDA não foi dessa vez que H.G. Wells me conquistou, apesar de tudo, mas vou insistir até encontrar a obra que me pegue de jeito.

Quotes:

No instante em que me recordo vividamente de um determinado incidente no passado, estou voltando para o momento de sua ocorrência.

A inteligência não se desenvolve onde não há mudança nem necessidade de mudanças.

A não ser que a ciência biológica seja composta por um acumulado de erros, qual é a causa da inteligência e do vigor humanos?

A força de um homem e a maciez de uma jovem, a instituição da família e as diferenças ocupacionais são meras necessidades resultantes de uma era baseada no emprego da força física.

 

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