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Hora de Ler: Coraline - Neil Gaiman



E aí galerinha, tudo bem com vocês? A novidade da vez é o lançamento de Coraline, um clássico de Neil Gaiman agora ilustrado por Chris Riddell e pela Intrínseca! Preparados?!

Certas portas não devem ser abertas. E Coraline descobre isso pouco tempo depois de chegar com os pais à sua nova casa, um apartamento em um casarão antigo ocupado por vizinhos excêntricos e envolto por uma névoa insistente, um mundo de estranhezas e magia, o tipo de universo que apenas Neil Gaiman pode criar.

Ao abrir uma porta misteriosa na sala de casa, a menina se depara com um lugar macabro e fascinante. Ali, naquele outro mundo, seus outros pais são criaturas muito pálidas, com botões negros no lugar dos olhos, sempre dispostos a lhe dar atenção, fazer suas comidas preferidas e mostrar os brinquedos mais divertidos. Coraline enfim se sente... em casa. Mas essa sensação logo desaparece, quando ela descobre que o lugar guarda mistérios e perigos, e a menina se dá conta de que voltar para sua verdadeira casa vai ser muito mais difícil ― e assustador ― do que imaginava.

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Apesar de conhecer e amar muito o filme eu ainda não tinha lido a obra que o originou, minha surpresa foi grande pois em relação ao filme há uma similaridade mas o livro toma outro caminho que no fim faz diferença, o tornando tão bom quanto a adaptação mundialmente aclamada.

Coraline é um caso curioso de livro infantil que assusta mais os adultos do que o público alvo simplesmente por tratar de assuntos muito comuns aos "mais velhos" tais como enfrentar seus medos internos, crises de identidade, e também a aceitação como um todo, sobre as diferenças de cada um. Assuntos que talvez crianças não consigam absorver e tratem como uma história assustadoramente fofa, que também é um rumo a ser escolhido pelo leitor dando asas a várias interpretações de um livro tão único e singelo, recheado de fantasia escrito com tanto primor.

O que inicialmente era para entreter sua primeira filha se tornou um verdadeiro clássico figurando em várias listas de indicações, ganhando prêmios, além da icônica adaptação. Esse diálogo que Gaiman consegue ter com todos independente da idade é algo a se admirar, pois na maioria das vezes suas obras encantam todas as gerações alcançando um público muito maior do que o inicialmente "pensado". 

Esse livro é genial em vários sentidos, os "monstros" que na verdade são uma versão alternativa da outra Coraline tal qual o mundo invertido de Stranger Things, nos apresenta todos os aspectos internos de suas versões originais, como uma mãe possessiva tratando a filha com carinho mas como se fosse um objeto, ainda temos um pai ausente e passivo sem voz que aceita todas as decisões tomadas pela mãe em relação a Coraline, além de um mundo totalmente divertido em comparação ao original para atrair a menina carente de atenção dos pais. A transformação gradual deles em monstro representa a superficialidade que muitas pessoas não conseguem manter, revelando suas reais intenções.

Lembrando que a mensagem principal do livro é sobre coragem, encarar seus medos e não fraquejar, dessa maneira encorajando e inspirando muitos leitores com uma história cativante. Mais um ponto positivo.


É um pouco difícil falar de uma história tão conhecida, mas adianto que vale MUITO a pena fazer essa leitura, além de rápida (dá pra ler em menos de 2 horas) é muito fofinha, prazerosa e com o final mais reconfortante do mundo, daqueles que nos deixam com um sorrisinho bobo no rosto. Se tratando de Neil Gaiman é impossível não indicar algo pois esse homem quase nunca erra.


Quotes:

Não. Vocês , pessoas, têm nomes. É porque vocês não sabem quem são. Nós sabemos quem somos, então não precisamos de nomes.

Porque coragem é quando você sente medo de fazer algo, mas faz mesmo assim, é quando você enfrenta o medo.

É assombroso que aquilo de que somos feitos esteja tão ligado à cama onde acordamos pela manhã, e o mais assustador é a fragilidade disso.

Os nomes são as primeiras coisas a desaparecer depois que a respiração cessa e o coração para de bater.

Eu não quero ter tudo. Ninguém quer. Não necessariamente. Que graça existiria em ter tudo que eu sempre quis?


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