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Hora de Ler: Fahrenheit 451 - Ray Bradbury


Faaala galerinha! De volta, com uma distopia clássica que até hoje serve como inspiração para muitos outros livros (inclusive serviu para outros clássicos).
Depois de muito tempo após ter concluído a leitura estou escrevendo sobre o livro, me deu uma ressaca braba que até agora não decidi o que ler realmente é bom demais!

Guy Montag é um bombeiro que ao invés de combater incêndios os provoca, é proibido ler, o acesso a informação é considerado crime e quem tem livros em casa os vizinhos denunciam tamanha aberração, os bombeiros vem e simplesmente queimam a casa da pessoa. A sociedade vive em função da TV, equipamentos avançados como a Rádio Concha que são instalados nos ouvidos, paredes repletas de telas gigantes e interativas, programação vazia e ininterrupta, não há conversas entre si pois as atenções são totalmente voltadas a TV em resumo.

Clarisse é uma menina diferente disso tudo, sempre alerta questiona tudo e todos, conhece Montag por acaso e se torna a melhor amiga do bombeiro-em-cima-do-muro é através dela que ele começa a abrir os olhos, nota que a esposa Mildred não está nem aí para nada, e se trata de só mais uma alienada na multidão.
Por conta disso Guy começa a questionar o motivo dos livros serem proibidos, ele nunca leu nem folheou nenhum apenas os queimou e a partir daí a narrativa "pega fogo".

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O que falar desse livrinho gente?! Faz tempo que tá na lista de leitura e me arrependo de não o ter pego antes, sério, é incrível! Bradbury retrata uma sociedade futurista (e rica em avanços tecnológicos) mas que todos os habitantes são fúteis e não ligam para nada, decidem em que candidato votar pela beleza, não se questionam e odeiam livros sem mesmo saberem o motivo. Chega a agoniar as burradas de Mildred, como ela é "cega" a forma como defende os bombeiros e tem verdadeiro ódio dos livros, também assusta aos compararmos a atual situação da NOSSA sociedade com a cara grudada nos smartphones e tablets, todos somos um pouco Mildred.

A narrativa apesar de ser clássica, ter um fundo moral-político é bem simples de ser entendida, prende MUITO e tem um tom "poético" muitas vezes, principalmente nas partes em que Clarice aparece. Eu tinha receio de não conseguir captar a mensagem mas ainda bem que a escrita de Bradbury é gostosa e nem um pouco maçante, para ter uma noção você se apega aos personagens de um jeito que quando chega no final quer mais.
O aspecto tecnológico não é o foco aqui apesar de se tratar de ficção científica esse livro dá mais atenção as interações humanas que na tecnologia, mas ainda assim não foi esquecida. Por exemplo as TVs interativas, nada mais são que o Skype hoje em dia, a Rádio Concha como o próprio nome sugere mantém os cidadãos alerta a qualquer "foco de livro em casa". Chega a ser bizarro como livros podem ser considerados nocivos na narrativa, beira o absurdo.

Existem várias adaptações do livro inclusive para o teatro, mas as mais famosas são o filme e uma HQ maravilhosa que pretendo comprar assim que encontrar se não me engano também publicada pela Globo Livros.
Uma curiosidade legal é que esse livro foi o pioneiro do gênero distópico, e serviu como base (ISSO MESMO!) para Admirável Mundo Novo, 1984 e demais distopias moderninhas.

5 estrelas + FAV eterno, quero outros livros do autor, já comecei um autobiográfico mas tá um pouco lento.


Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, é composto por 215 páginas, publicado pela Globo Livros (Selo Biblioteca Azul) e á venda em todo país.
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