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Hora de Ler: A menina que não acredita em milagres - Wendy Wunder


Fala galerinha, tudo bem? Separem os lencinhos pois o livro de hoje promete muitas lágrimas até mesmo para os mais durões. Preparados?!

Campbell tem 17 anos. Ela não acredita em Deus. Muito menos em milagres. Cam sabe que tem pouco tempo de vida, por isso, quer viver intensamente e fazer tudo o que nunca fez no tempo que lhe resta.
Mas a mãe de Cam não aceita o fato de perder a filha, por isso, ela a convence a fazer uma viagem com ela e a irmã para Promise - um lugar conhecido por seus acontecimentos miraculosos.

Em Promise, Cam se depara com eventos inacreditáveis. Lá ela encontra, finalmente, o que estava procurando mesmo sem saber.

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Sim, mais um livro onde a personagem principal tem câncer e embarca numa viagem de autodescoberta (literalmente) onde tudo o que conhecia da vida até agora cai por terra e aprende a ser uma pessoa melhor, começa a acreditar nas coisas e a ser menos egoísta.

A narrativa de Wendy nos convence desde o primeiro capítulo onde Cam tenta ser uma adolescente normal não fosse pela doença, se preocupando com o crush, roupas e para onde sair no fim de semana com sua melhor amiga. A perspectiva da história muda com a possibilidade dessa viagem "de cura" onde inicialmente ninguém sabe onde fica essa tal Promise City e a autora cria uma leve, bem leve, aura mágica nisso, como se fosse um lugar sagrado ou uma dimensão paralela dentro do Maine o que achei bem legal mas a magia que nem existe acaba por aí mesmo.

O desenvolvimento dos personagens é outro ponto positivo na história apesar de as coisas acontecerem um pouco rápido e fáceis demais, é justificável dado o histórico patológico da protagonista que não tem muito tempo de vida mas que no fundo você sabe, a autora apressou um pouco os acontecimentos. Talvez o único problema seja que aquele mistério inicial sobre a cidade tenha ficado de lado, elas apenas chegam, se instalam e começam uma nova vida na praia sem nem ao menos explorar a questão do tratamento, afinal, o que elas foram fazer ali senão tirar umas férias do hospital?

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A ambientação é um pouco inusitada: o livro se passa na Disney! Elas moram no parque pois a Mãe dela é dançarina de Hula. Também tem a parte no Maine com a migração dos flamingos que é muito adorável e me fez vontade de ter um mesmo sem nunca ter visto.

Gostei da família aqui ser bem presente o tempo todo, a Mãe, avó, a irmã todas muito bem unidas. Os "problemas" que surgem são tão bobos, mas a autora fez com que tivessem outra dimensão, o que novamente se justifica ao contexto, dado que a família tá sempre ali e para eles aquilo foi um absurdo. Vez ou outra Wendy brinca com o absurdo com pincelas muito leves de fantasia que se fossem bem exploradas teriam dado outra dimensão a história, sem dúvidas teria enriquecido ainda mais.

A doença também não foi tão explorada assim o que para alguns é um ponto positivo pois não força o drama nem as lágrimas, claro que ela falou de câncer, mas se comparado com outros livros do gênero foi uma abordagem muito sutil, focando mesmo em outros aspectos da trama sem deixar de lado esse peso do quase-morte e sinceramente gostei disso. Não deixa de ser um livro pesado mesmo sendo fofo. Vale ressaltar que tem chuva de clichê mas eu fechei os olhos e consegui curtir bastante a ideia da autora.

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Leva 4 estrelas pela fluidez (li metade de uma vez assim que comecei), a questão família muito bem abordada e o humor negro "típico" desses livros que apenas AMO. Sério, vocês precisam conferir de perto essa história.


Quotes:

Bons modos têm a ver com mentir com educação na frente das pessoas. 

Mas essa era a questão sobre morrer. Fazia você se livrar das preocupações que não tinham a menor importância na sua vida. 

Ser generosa algumas vezes era mais importante que estar certa. 

Somos muito preguiçosos para mudar, então vamos continuar fazendo o que estávamos fazendo até ser tarde demais. 

Pensamentos são energia, energia é matéria e matéria não desaparece.
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