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Hora de Ler: Garota em Pedaços - Kathleen Glasgow


Fala galerinha, tudo bem? Separem novamente os lencinhos pois hoje prometem muitas lágrimas, uma história tensa do início ao fim e muito sangue, preparados?!

ATENÇÃO: Esse livro contém MUITOS gatilhos, então cuidado se você estiver passando por isso, talvez não seja uma boa ideia ler agora.

Além de enfrentar anos de bullying na escola, Charlotte Davis perde o pai e a melhor amiga, precisando então lidar com essa dor e com as consequências do Transtorno do Controle do Impulso – um distúrbio que leva as pessoas a se automutilarem. "Viver não é fácil."

Quando o plano de saúde de sua mãe suspende seu tratamento numa clínica psiquiátrica – para onde foi após se cortar até quase ficar sem vida –, Charlotte Davis troca a gelada Minneapolis pela ensolarada Tucson, no Arizona (EUA), na tentativa de superar seus medos e decepções. Apesar do esforço em acertar, nessa nova fase da vida ela acaba se envolvendo com uma série de tipos não muito inspiradores.

Cansada de se alimentar do sofrimento, a jovem se imbui de uma enorme força de vontade e decide viver e não mais sobreviver. Para fugir do círculo vicioso da dor, Charlotte usa seu talento para o desenho e foca em algo produtivo, embarcando de cabeça no mundo das artes.

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Eu poderia muito bem ter participado do Mês do Horror ou algo do tipo, mas por puro acaso decidi ler Sick-Lit's e tem se resumido ao meu tipo de leitura ultimamente como vocês puderam acompanhar mas vamos ao que realmente interessa.

Também poderia começar dizendo que Charlie é a típica adolescente problemática característica desses livros, o que por um lado devo concordar, mas o personagem aqui criado e desenvolvido por Kathleen Glasgow tem muito mais profundidade, vai muito além de "problemas adolescentes".
Para começo de história o livro já começa tenso, clima esse que se mantém até o final, e diferente das demais adolescentes na literatura Charlotte sempre, SEMPRE sofreu bullying na escola, tem problemas com a Mãe, perdeu o pai e a melhor amiga; como se não bastasse vive em uma situação de mendiga nas ruas catando lixo para sobreviver e se submetendo a tudo e todos por um prato de comida ou um colchão quente por uma noite.


Devo confessar que me deliciei com as desventuras aqui relatadas, o clima "marginal" e underground desse livro onde nada é frescura, tudo tem fundamento e Charlotte passa a história toda se dando mal mesmo tentando virar gente. É tragédia em cima da outra o que para mim é um verdadeiro deleite pois quanto mais drama melhor. A menina tem 17 anos e por viver na rua tem mais experiência de vida que qualquer outra pessoa, o transtorno da automutilação foi muito bem abordado, descrito em detalhes e a autora nos colocou ali, na pele da menina, sentindo junto com ela toda a angústia de um viciado.

O livro é dividido em três partes e eu diria que foi bem experimental, com capítulos que duram no máximo 3 páginas de início, depois ficando mais longos, intercalados com pensamentos angustiantes da narradora, fatos do dia-a-dia e flashbacks das pessoas que ela ama e não estão mais presentes. Se tem um deslize aqui é a parte romance, que imagino ser essencial mas obviamente, muito conturbada afinal a menina se envolve com um ex rockstar que atualmente é um drogado com sérios problemas, ao invés de ajudar Charlotte na recuperação só leva a menina pro fundo do poço.

É angustiante a vida da menina que bem aos poucos vai tomando rumo, no meio do caminho encontra amigos para ajuda-lá a virar gente e crescer sem a presença da mãe que lhe renegou. Um livro forte, cheio de metáforas, carregado de sentimentos e indispensável para adolescentes que vivem de conflitos. Uma leitura essencial nessa fase da vida.

Suicídio, bullying, depressão, automutilação, drogas, abuso sexual, problemas com os pais, auto aceitação, relacionamentos abusivos, morte de entes queridos, amizades verdadeiras, tudo isso é abordado de maneira aprofundada por aqui.


A mensagem da autora na Nota Final e nos Agradecimentos é a coisa mais sincera e linda que já li, ela nos conta que já passou por isso e Charlotte é levemente inspirada em sua vida, demonstra compaixão com adolescentes americanos que passam por isso e no final do livro tem vários números de contato para o caso do leitor ou alguém que ele conheça esteja passando por algum problema desse tipo.

Leva 5 estrelas e entra pro hall dos favoritos pelo peso e o belo desenvolvimento dos personagens, sem falar que a autora não se perdeu em momento algum.


Quotes:
Então, você não sabe como é todos os dias, toda merda de dia, estar tão solitária que parece que esse buraco negro interior vai engolir você. 

Mas como alguém pode reparar em você se você vai ficando cada vez menor? 

Minha tristeza é por causa dele ou minha tristeza é por eu ser como ele?

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