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Hora de Ler: Give a Boy a Gun - Todd Strasser


E aí galerinha, tudo bem com vocês?! A novidade de hoje na verdade é um clássico contemporâneo muito cultuado lá fora mas que eu só conheci agora, curiosos?
Desde quando podem se lembrar, Brendan e Gary sofrem bullying dos valentões que comandam a escola Middletown High. Não mais. Roubando um pequeno arsenal de armas do vizinho, eles fazem os colegas de reféns durante o baile. Em meio ao pânico e desespero, logo fica claro o único objetivo que realmente importa a Brendan e Gary: vingança.

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Com uma abordagem diferenciada de um tema recorrente a realidade americana, o autor traça o perfil de muitos adolescentes por meio de depoimentos após a tragédia só assim nos colocando a par do acontecido. A questão que permeia o livro é a facilidade de se conseguir armamento nos Estados Unidos, mas será mesmo essa a causa dos tiroteios escolares em massa? O próprio autor se contradiz na própria ficção.

Brendan e Gary desde sempre foram hostilizados pelos colegas de escola sem motivo algum, só por "brincadeira" e ninguém tomava uma providência, professores se faziam de surdos, o diretor era morto, etc. Até que eles não aguentaram mais e decidiram resolver sozinhos, estão errados? Jamais. Uma vez que a escola não toma providências cabe ao incomodado "se mudar" e foi assim que eles renderam a escola durante o baile, feriram o valentão e aterrorizaram todo o resto.


Das coisas que não gostei do livro a primeira foi esse formato, ele é completamente narrado por depoimentos e isso me incomodou extremamente logo de início, mas a história conseguiu se sobressair e fui me acostumando; outra coisa é a posição do autor na luta contra o desarmamento, não está errado, porém foi muito radical em deixar explícito que "a culpa são das armas" não é bem assim garoto; a última questão foi a falta de violência no final onde eu esperava ao menos 3 mortes merecidas e nenhum valentão morreu, só ficou paraplégico e isso demonstra que o mal sempre vence, só queria um pouco de sangue Todd!

Por conta disso leva 4 estrelas.


A obra é um prato cheio para muitas discussões, felizmente muito bem escrito cumpre o prometido em conscientizar adolescente, servindo também para os pais e educadores. Afinal de
contas tudo começa em casa não é mesmo? É muito fácil culpar as armas ou a escola (que nesse e em muitos outros casos não fazem nada) quando na verdade a culpa vem de fatores que se complementam: educação de base em casa, a educação na escola, e o respeito com as diferenças, faltando apenas um desses o caos impera, o estrago tá feito e o resultado são episódios como o do livro sendo que na vida real.

Como a obra foi publicada há exatamente 1 ano após o incidente de Columbine as referências, citações e recortes de jornais da época são muito fortes. Inclusive senti que a obra foi uma releitura mais suavizada do acontecido com seus devidos personagens e nomes fictícios mas que sabemos de quem o autor fala.


Vale muito a pena a leitura só acho uma pena AINDA não ter sido traduzido para nós, meros brasileiros, visto que o livro é antigo foi publicado em 2000, e nem podem usar a desculpa de violência pois A Lista Negra juntamente com Areia Movediça são bem mais aterrorizantes quando se fala de tiroteios escolares.


Esse foi mais um título que li através do Riveted, um site dedicado a literatura YA que além de notícias, entrevistas com autores, vídeos e sorteios sempre oferece livros para ler gratuitamente durante um período específico. Ficou durante a Semana dos Livros Banidos uma tradição lá onde livros fortes são vetados do curriculum escolar por serem "potencialmente perigosos", não só ele mas outros 5 títulos também ficaram disponíveis, deixo a dica para vocês também.

Bônus:

Vídeo com a tradução da música Pumped up kicks da banda Foster the People, que faz referência direta a Columbine podendo ser aplicado a qualquer outro massacre escolar.

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