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Hora de Ler: Café da Manhã dos Campeões - Kurt Vonnegut


Olá galerinha, tudo certo? Hoje tem novidade de um autor que conheci esse ano e já amo, preparados para um café da manhã dos campeões?!
Neste livro — lançado originalmente em 1973, uma sátira sobre guerra, sexo, racismo, sucesso e política nos Estados Unidos — um dos personagens mais emblemáticos e alter ego de Vonnegut, o autor de livros de ficção científica Kilgore Trout, descobre que Dwayne Hoover, um vendedor de carros americano aparentemente normal, está levando a sua ficção ao pé da letra e perdendo o juízo.

Com a ajuda de seus famosos desenhos, Vonnegut conduz o leitor por um texto bem-humorado e crítico da sociedade norte-americana neste clássico moderno que o consagrou como um dos autores mais instigantes do nosso tempo.

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Mais uma obra espetacular desse autor que sempre corresponde as minhas expectativas e ainda consegue me surpreender. Já na introdução ele nos faz dar várias gargalhadas com uma autodepreciação citando o próprio livro, pondo em dúvida suas habilidades como escritor e nos dando um pouco de contexto antes de começar a história propriamente dita.

Sobre a história em si cheguei a conclusão de que ela não existe aqui, ao menos da maneira comum-linear a qual estamos acostumados. Kurt aproveita da liberdade para soltar um plot simples: Dwayne encontra Kilgore e enlouquece; no meio disso ele sai jogando várias coisas aleatórias tais como pensamentos, idéias, divagações, mesclando com trechos de sua vida real.
O tempo aqui também é algo fora do comum pois tanto faz ele se referir a algo que está acontecendo como a um evento no passado, muitas vezes até no futuro, porém fiquem tranquilos pois não altera em nada a experiência final e de qualquer jeito não fará sentido entendendo ou não.

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A graça desse livro é o deboche presente desde a primeira página. Ele faz crítica e tira sarro de tudo e todas as coisas, de uma maneira imatura beirando a infantilidade com desenhos mal feitos para servirem de complemento. Claro que isso não é uma crítica, muito pelo contrário afinal ele faz isso de propósito com a intenção de quebrar regras, e indiretamente o livro se torna uma obra experimental mesmo que esse não tenha sido o objetivo inicial do autor.
Aqui ele cita bastante Elliot Rosewater, personagem que tem um livro próprio chamado God Bless You Mr. Rosewater, algo parecido aos acontecimentos em Matadouro Cinco onde Kilgore Trout era citado e aqui virou personagem principal, simplesmente amo essa construção de universo (comumente chamada de Lore).

Me diverti bastante com essa leitura que traz uma narrativa recheada de críticas pesadas em relação ao governo, racismo, ele fala de nazistas também mas de uma forma tão "estúpida" nos fazendo rir que nem notamos. É um prato cheio para quem escreve afinal serve de referência o estilo do autor, bem livre mesmo, fora isso tem uns fragmentos de contos daí podem surgir inspirações, nunca se sabe.
Lembrando que existe uma adaptação cinematográfica para a obra feita em 1999 com Bruce Willis, quem conseguir achar essa pérola me avise por favor!

Durante a leitura percebi referências diretas a Douglas Adams com a Dinamite Pangaláctica, e lembrei de outro livro seguindo a mesma linha do nonsense muito bacana lançado por aqui em 2016 o Welcome to Night Vale, esse sim tem uma historinha linear igualmente louca mas sem a parte das divagações de Kurt.
Ainda sobre livros relacionados há o Catch-22 de Joseph Heller grande inspiração do autor, e o Nada de novo no Front de Erich Maria Remarque ambos tem a sátira a Segunda Guerra como tema central, sem esquecer de citar mais um do próprio autor Cama de Gato lançado pela Aleph por aqui.

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Fica impossível dar menos de 5 estrelas e por aí vai.




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