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Hora de Ler: We are the Ants - Shaun David Hutchinson


E aí galerinha, tudo bem com vocês? Espero que tenham aproveitado bem as festas no fim do ano e que tenham começado 2020 com tudo, pois aqui foi assim! Vamos a primeira resenha do ano?
Henry Denton passou um tempo sendo abduzido por aliens. Até que eles deram a Henry um ultimato: O mundo vai acabar em 144 dias, e tudo o que o menino tem que fazer para impedir é apertar um enorme botão vermelho.

O detalhe é que ele não tem muita certeza se quer isso.

Apesar de tudo, a vida de Henry nunca foi fácil. A Mãe dele é uma garçonete infeliz que está sempre com um cigarro nas mãos. O irmão dele largou os estudos e resolve tudo na base da violência. A avó dele está aos poucos perdendo a memória para  Alzheimer. E Henry ainda tem que suportar o luto pelo namorado que cometeu suicídio há 1 ano atrás.

Aniquilar a Terra parece uma boa ideia no fim das contas.

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Faz tempo que eu desejo a leitura dessa obra e me arrependo de não o ter feito antes, tanta coisa pra falar que vou tentar ser direto.

Por se tratar de Shaun é de se esperar uma história pesada, seja nos temas ou nos personagens muito bem construídos, reais, cheios de problemas mas sem passar do limite nem ficar chato. Henry sofre muito bullying na escola, tá cheio de problemas em casa e ainda perdeu o namorado, então muitas vezes ele pensa que não apertar o botão irá resolver tudo, enquanto isso questões filosóficas existenciais permeiam a obra fazendo até nós pensarmos o que faríamos no lugar de Henry.

A valorização da família é outro ponto muito positivo na obra, ele levanta mesmo essa bandeira embora a de Henry seja bem disfuncional, com uma Mãe insatisfeita criando dois filhos abandonados pelo pai além do peso de uma idosa perdendo a memória.

via GIPHY

Claro que não poderia faltar a pitada de romance e aqui fica um pouco esquisito: Henry se apaixona pelo valentão da escola, o mesmo cara que só não o matou por falta de oportunidade. No decorrer da narrativa conhecemos Marcus a fundo mas mesmo se tratando de uma máscara não dá para aceitar esse romance nem muito menos shippar o casal.
Novamente temos ex melhores amigos tentando se reconciliar assim como aconteceu em The Past and Other Things that Should Stay Buried, que aliás é citado nesse caso como um futuro título afinal esse livro é de 2016, e The Past de 2019 achei isso sensacional!

Outro aspecto interessante é a ficção científica incluída na história, nada superficial, praticamente uma introdução a astrofísica sem parecer aula nem ficar cansativo. Fica claro que Shaun é um nerd que gosta de ler sobre o universo tal qual Mateo de They both die at the end que ouvia os sons do universo antes de dormir. Outra referência foi a um cientista que criou baratas gigantes nomeado coincidentemente de Andrew Smith, autor de Selva de Gafanhotos.

A estrutura do livro é como um diário com os 144 dias de vida restantes de Henry intercalando com possíveis finais para a humanidade, mas todo contado em primeira pessoa com diálogos e tudo o que se tem direito.

Vale citar também o realismo mágico, onde a história não chega a ser uma fantasia mas também não é totalmente real, muitas vezes os autores utilizam disso para confundir nossas mentes o que não acontece aqui mas amo esse recurso quando bem explorado.



A mensagem que o autor quis deixar é bem complexa pois ao mesmo tempo em que ele deixa claro que não somos nada perante ao universo (We are the ants significa Nós somos formigas), também fala que mesmo assim nós somos importantes para a vida de outras pessoas e nisso entra a questão do suicídio, uma maneira de abordar temas delicados com sarcasmo e bom humor sem agredir ninguém.

Sem sombra de dúvidas leva 5 estrelas, é uma pena que ATÉ AGORA nenhum livro do autor foi traduzido por aqui :(


Quotes:


O problema com escolhas é que sempre faço as erradas.

Esse é o problema das memórias: você pode visitá-las, mas não viver nelas.

Sonhos trazem esperança pois neles existem possibilidades. Diferente das memórias, que são como fósseis, enterrados há muito tempo e muito fundo.

Depressão não é uma guerra que você vence. É uma batalha diária.

Lembre do passado, viva o presente, escreva o futuro.

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