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Hora de Ler: Tampa - Alissa Nutting


Olá galerinha, tudo bem com vocês? Para fechar a série de livros que escolhi com temas pesados hoje trago um onde temos uma mulher como predadora, e não como estamos acostumados a ver, no lugar da vítima. Preparados?!


Na trama, a bela Celeste Price, que dá aulas de inglês na Jefferson Junior High School, guarda um segredo: a atração sexual por meninos de 14 anos. Narrado em primeira pessoa, o livro, inspirado em um caso real ocorrido na cidade de mesmo nome, é rico em cenas eróticas e causou polêmica nos Estados Unidos.
 
Jovem, bonita e casada com um homem atraente e de família rica, Celeste parece levar uma vida perfeita. Mas, por trás da fachada bem-sucedida, existe uma mulher frustrada sexualmente, que dribla a maior parte das investidas do marido. Longe de ser frígida, ela passa os dias planejando a melhor maneira de realizar seu desejo: levar para a cama um adolescente de 14 anos. 

Retratando uma mulher fria e egoísta, que não mede esforços para garantir orgasmos intensos, Alissa Nutting constrói uma trama envolvente, temperada com muito sexo e algumas pitadas de humor negro. Ao longo das páginas, os leitores mergulham na mente de Celeste Price e têm a chance de conhecer uma verdadeira predadora sexual, sempre em busca da próxima vítima.

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Mais um livro de difícil digestão. O que mais me chamou atenção nesse como dito no início, foi o fato de retratar uma mulher como predadora e a personagem é tão ciente de sua condição mental (de doença) que age naturalmente, á procura do próximo de menor na maior cara de pau possível, e esse talvez seja o aspecto mais chamativo da protagonista dessa história pois ela vive um casamento de fachada para manter os vícios com produtos de beleza, enquanto vive literalmente caçando adolescentes em idade escolar seja onde for.

As motivações de Celeste não justificam o crime, nem o fato de ter o consentimento dos meninos, mas ela é tão centrada que consegue nos seduzir durante a narrativa fazendo com que nós tenhamos pena dela em seu julgamento, nos afeiçoando mesmo no início com seus delírios amorosos direcionados a Jack.

Nem preciso dizer que as cenas são nojentas, muito bem detalhadas, o livro é explícito até dizer chega. Com uma linguagem rasgada sem nenhum eufemismo ela vai direto ao ponto tornando Celeste sem escrúpulo nenhum, e nos fazendo dar verdadeiras gaitadas durante a leitura tamanhos os absurdos descritos. Embora tenha sido de uma digestão lenta, o livro tem uma narrativa muito fluída, o desenvolvimento da personagem é bem feito e por mais incrível (e doentio) que pareça a história nos prende sempre deixando aquela curiosidade sobre o que irá acontecer em seguida. 

Achei interessante esse mergulho numa mente tão doentia e fiquei seriamente enfeitiçado por Celeste em muitos momentos, pensando até se tratar de uma psicopata que premedita tudo antes de agir; e o pior: para a sociedade ela não passava de uma ótima profissional sem levantar nenhuma suspeita, uma loira sedutora de arrancar suspiros por onde passasse. 
A compulsão sexual dela também é insana rendendo cenas de masturbação e delírios de transa durante todo o livro, embora muito explícitos a autora consegue manter um certo lirismo em meio a isso, soando quase poético.

Eu tinha todos os motivos para odiar esse livro dada a temática repulsiva porém gostaria de parabenizar a autora por conseguir transformar algo tão asqueroso, bizarro e doentio numa história "comum" não fossem os detalhes. Com direito a casamento de fachada, pais de adolescentes ausentes, amadurecimento e até uma personagem que está buscando seu lugar na sociedade. 

Sendo assim leva 5 estrelas, não sei se posso recomendar devido ao tema central ser a pedofilia, se não tivesse lido eu com certeza seria um dos que julgaria só pela sinopse. Mas se tiverem um pouco de curiosidade que seja podem ir em frente, garanto que não irão se arrepender!



Quotes:

Nas horas do jantar, comecei a me sentar com as pernas dolorosamente trincadas, com medo de que, se as abrisse mesmo que um pouquinho, um gemido agudo sairia por ali e espatifaria as taças de cristal.

Cada vez que desligava o ar-condicionado barulhento para sair, eu sentia que também estava desligando o motor que impulsionava minhas fantasias.

Tinha de considerar os alunos como uma delicada exposição de arte e ficar o tempo todo a dois metros de distância, para não ser tentada a tocar.

O luxo de ver um videoclipe de uma boy band na televisão do quarto com meu vibrador em ponto máximo roncando feito uma lancha a motor.

Quanto mais velha eu ficava, mais difícil seria conseguir o que queria, mas esta era a realidade de todos com tudo.


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