Olá galerinha, tudo bem com vocês? Eu estive numa fase muito boa no início de
junho mas devido aos acontecimentos parei com as leituras e estou retornando
aos poucos, hoje tem livro premiado e com muita representatividade, estão
preparados?!
Evan e seu melhor amigo, Davis, apanham dos maiorais na escola por serem
solitários. Por serem gays. Apenas por existirem. Mas enquanto as coisas vão
piorando, pelo menos Evan pode ter conforto com seu doce, e sexy namorado Erik
- de quem mantém em segredo de todos há mais de um ano.
Até que Evan e Davis são convidados a fazerem parte dos Chasers, um grupo que
promete proteção e status. Davis é pego pelo entusiasmo, mas Evan fica preso
entre a lealdade com Davis e seu amor por Erik. Evan mente para manter esses
dois mundos separados. Agora as mentiras estão a ponto de explodirem... e
assim destruir tudo que ele vem tentando proteger há tanto tempo.
~
Mais uma indicação do Riveted em que não pensei duas vezes pois sempre acertam
em cheio, e não foi diferente dessa vez.
O mais legal desse livro são os temas abordados, começando como bullying na
escola, depois o grupinho que eles conhecem e começam a participar, até a
questão do namorado secreto e como Evan lida com a "divisão" dos seus mundos,
chegando em partes sérias envolvendo doenças sexualmente transmissíveis
(cumprindo a gay agenda). Mas no fim das contas o livro é sobre Pertencer, se
sentir incluído seja qual for a situação e também sobre liberdade, o direito
de ser quem quiser, de viver a vida do seu jeito sem amarras nem intervenção
dos outros (homofobia).
"O primeiro orgulho foi uma manifestação."
Um aspecto que me prendeu e chamou muito a atenção foi o artístico, onde o
autor investe pesado nos detalhes das pinturas que Evan faz, discussões
envolvendo processo de criação, dentre outras coisas que me inspiraram mesmo
sem saber nem desenhar uma casa direito mas claro que apliquei isso a minha
área de futura atuação, a música eletrônica. Ele me deu um clique muito
pertinente sobre ser um seguidor ou um criador, estar fazendo igual a quem
admiro ou fazendo a diferença, e isso me deixou refletindo por boas horas
durante a leitura.
Também é curioso o fato do protagonista usar como tela frames de janelas
velhas criando assim uma identidade única. Só tive uma certa dificuldade nas
descrições acompanhadas das obras, ora por cores que nunca tenha visto, ou
simplesmente expressões a que não estou habituado. Apesar de não manter muitos
personagens ás vezes a escrita nos confunde pelo fato do autor os chamar pelo
sobrenome ou apelido, tendo que ás vezes voltar umas páginas e então se situar
na história mas já adianto que isso não atrapalha a experiência, assim como as
descrições das obras é uma questão de costume mesmo.
Tendo como pauta a gay agenda o autor nos introduz ao movimento de Stonewall,
porém peca ao deixar um pouco de lado a parte histórica que iria enriquecer
mais ainda o livro dando apenas pinceladas superficiais no máximo instigando o
leitor a fazer uma pesquisa mais aprofundada. A questão da militância "errada"
foi abordada de maneira muito crível, mostrando que onde não existe limite
mesmo com boa intenção a coisa fica ruim a ponto de envolver polícia e por em
risco a vida dos outros.
Claro que o protagonista teve seus motivos mas sinceramente soou quase
infantil essa atitude dele se esconder quando na verdade é bem resolvido a
ponto de manter um relacionamento, mas sem isso o livro teria outro rumo então
entendo totalmente. O casal é bem construído, passa por brigas intermináveis
por conta da situação de esconderijo mas o final nos reserva algo bom.
Davis sofre uma transformação que se torna irreconhecível no final do livro,
deixando em aberto seja lá o que tenha acontecido a ele. E Sable foi a maior
surpresa de todas, só lendo para descobrir a reviravolta.
Sem sombra de dúvidas leva 5 estrelas e a indicação máxima para quem gosta de
se ver representado nas páginas de uma boa história. Uma pena que até hoje não
foi traduzido mas quem puder leia em inglês pois vale muito a pena!

Quotes:
When will I learn it’s useless to explain my artist obsessions to anyone?
I won’t tell them about Erik because they haven’t earned the right to know that I’m happy.
It’s an odd sensation to get what you want and still feel terrified.
He claimed that the fastest speed in the universe wasn’t the speed of light but the speed of stupid.
I hate how fast it’s gone from we to me, us to I.
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