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Hora de Ler: Piano Mecânico - Kurt Vonnegut

 

Olá galerinha, tudo bem com vocês? O tão aguardado (por mim) lançamento do primeiro livro de Kurt finalmente chegou, preparados para as minhas impressões da obra?!

Em um futuro não muito distante, pós uma nem tão distópica Terceira Guerra Mundial, as máquinas finalmente venceram. Quase tudo foi automatizado e logo a sociedade se dividiu sob um novo sistema de estratificação não mais baseado em dinheiro, mas sim em inteligência. De acordo com seu QI e capacidade intelectual, os indivíduos são classificados e registrados em um cartão perfurado e sua posição social ― um destino de glória ou esquecimento ― só pode ser definida a partir da análise desses dados.

Do lado dos privilegiados ― engenheiros e gerentes ― o doutor Paul Proteus leva uma vida confortável no alto escalão das Indústrias Illium, o maquinário que controla toda a vida da cidade homônima. Sua casa confortável, o prestígio entre os pares, a esposa atenciosa e dentro dos padrões: absolutamente tudo está em seu devido lugar e a ordem impera. A visita inesperada do inquieto e inconformado Ed Finnerty, um ex-colega de trabalho, promove um abalo sísmico em Paul e suas consequências, a princípio restritas à psique, logo se transformam em uma ameaça não apenas ao seu estilo de vida, mas ao de toda a estrutura que o cerca.

Quando atravessa o rio que divide a cidade e suas castas, Paul vê com os próprios olhos como é a vida de quem foi excluído do sistema.

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A ansiedade devido ao histórico de ótimas obras do autor para esse livro junto com a expectativa estavam lá no céu, mas a partir do primeiro capítulo tudo isso caiu por terra infelizmente.
Sejamos justos e a ideia do livro é sensacional: uma sociedade "utópica" onde o avanço tecnológico é ilimitado, máquinas controlando seres humanos, classes sociais sendo definidas pelo nível do QI além de extrema desigualdade com a outra parte da equação, mas em geral as coisas são ótimas por aqui.

Meu problema com o livro embora a sinopse seja sensacional foi o desenvolver lento, onde nada acontece em quase 500 páginas (para mim) de pura encheção de linguíça pois pode ter o aspecto técnico onde ele fez experimentações mas para o leitor final e comum não passa de um marasmo em forma de livro. Claramente uma crítica bem fundada á sociedade não só da época e fortemente influenciado por Orwell e seu 1984 o primeiro livro de Vonnegut não conseguiu me arrebatar, tampouco deixar boas impressões apesar de todo seu contexto histórico envolvendo o pós guerra - tema sempre recorrente nas obras do autor.

Apesar disso tudo consegui absorver algumas coisas ali escritas. A parte do Xá é o que se aproxima de um alívio cômico embora não tenha graça nenhuma, mas nos dá outra visão da história saindo da parte mais corporativa da coisa se assim podemos dizer. O final é bem satisfatório, caótico e diria que de certa forma "inesperado", é bem legal a evolução de Paul até ele acordar e se revoltar contra o sistema, um cara que tem tudo mas vive infeliz e cansado de fazer as mesmas coisas sempre.

via GIPHY

O fato é que eu não estava preparado para um livro tão sério se tratando de Kurt Vonnegut, estava esperando algo bem escrachado com críticas disfarçadas de piadinhas, aliens e muita aleatoriedade.
Não diria também que esse é um livro existencial, mas é daqueles que requerem mais do leitor e traz sim, umas questões pertinentes até hoje que podem ser facilmente relacionadas a tecnologia atual.


Quotes:

Tudo que a gente pensa só é pensado porque alguém divulgou aquelas ideias. Educação... nada mais é do que divulgação.

Não acho certo magoar alguém para fazer outra pessoa rir.

A maioria dos americanos acreditava piamente na mecanização, mesmo quando suas vidas tinham sido terrivelmente prejudicadas por ela.


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