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Hora de Ler: True Letters from a Fictional Life - Kenneth Logan

 Olá galerinha, tudo bem com vocês? O livrinho de hoje lembra um pouco o anterior por ter a mesma temática (LGBT) mas as semelhanças terminam por aí. Estão preparados?!

Se você perguntar a qualquer pessoa na cidadezinha de Vermont, eles te dirão os fatos: James Lidell, atleta destaque, estudante dedicado e o namorado fofinho de Theresa, é um cara engraçado e despreocupado.

Mas quando James senta na sua mesinha para escrever, ele conta uma história totalmente diferente. Enquanto ele lota suas gavetas com cartas para as pessoas do seu mundo - cartas que não tem a intenção de serem enviadas - ele se abre: ele tem tentado de tudo, mas não consegue gostar de Theresa. É o seu melhor amigo, um menino quem povoa seus pensamentos.

As cartas secretas de James são o seu porto seguro - mas a verdade não pode ser guardada por muito tempo. Será que ele irá contar a verdade sobre quem é para os pais, seus colegas de time, e se aceitar, ou ele estará destinado a viver uma vida de mentiras?

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Pelo título imaginei que se tratava de um romance epistolar todo escrito em cartas, mas graças a deus a impressão foi totalmente errada e o livro é super fluído, um romance normal por assim dizer e já adianto que entregou TUDO.

A situação de James é muito tensa, hoje em dia posso falar sem receio e com muita propriedade pois estive no mesmo lugar e o autor consegue passar essa angústia com muito detalhe. Quem não é LGBT talvez tenha dificuldades de entender ou se por no lugar mas é difícil demais, os pensamentos de estar errado ou cometendo um crime quando na verdade deveria ser super normal. É mais ou menos isso que o livro tenta passar quando deixa claro não se tratar de uma escolha como muitos acham, mas simplesmente É, você nasce sendo LGBT e a sociedade deveria aceitar as coisas do jeito como elas são sem tentar impor uma verdade absoluta na qual é inexistente, verdade essa segundo os dogmas da Igreja.

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James tem apoio familiar e uma rede de amigos que mais se parecem irmãos de tão próximos, o que torna ainda mais difícil a "saída do armário" pelo medo de machucar alguém ou perder a amizade, todo esse peso só pelo fato de sentir atração por meninos. Já pararam para analisar o quão absurdo é tudo isso? PIOR: não é ficção, acontece todos os dias com pessoas ao redor do mundo.

Outro fato interessante da obra foi a dose de realidade inserida. James é confuso, não quer aceitar a "condição" e tenta de todas as formas engatar um namoro com sua melhor amiga mas no fundo sabe que gosta mesmo é de meninos. Aqui não tem aquele universo colorido cheio de unicórnios que certas autoras impõem, uma utopia muito comum no Simonverse (preguiça) pois se tivesse eu abandonaria sem pensar duas vezes.
Diria que o final é "semi aberto" uma vez que as coisas se resolvem mas não sabemos o que acontecerá a partir daquele momento na trama, nos deixando curioso com o futuro do personagem a partir dali e criando gancho para futuras continuações (a esperança do leitor).

No geral é um livro muito bom, hoje em dia devido a explosão editorial LGBT é um pouco batido, mas para a época do lançamento em 2016 fez parte da primeira leva desse "nicho" dos dramas adolescentes e eu gostaria MUITO de ter lido antes, se tivesse feito parte da minha descoberta seria um dos meus favoritos sem sombra de dúvidas, por ser bem esclarecedor.

Quotes:

At seven fifteen every morning, I go to get milk for my Cheerios, and there’s the boy I’m supposed to be, my arm around the girl I’m supposed to be with.

Todo dias ás 7:15, vou pegar leite para meu cereal, e tem o menino que eu deveria ser, meu braço ao redor da menina que supostamente deveria ser minha namorada.

You think you’re seeing someone accurately and then—suddenly—it turns out you had only a fuzzy, tiny idea of the real thing.

Você pensa que está vendo alguém por completo e - de repente - aquilo se mostra como uma falsa idealização da realidade.

I’ve always wanted to wake up one day in a world where I liked the right people, and they liked me in return. I worry it’ll never happen.

Eu sempre quis acordar um dia em um mundo onde eu gosto da pessoa certa, e que isso seja recíproco. Tenho medo que isso nunca aconteça.

I knew I liked boys. But somehow I managed to convince myself that liking boys didn’t mean I was gay.

Eu sempre soube que gostava de meninos. Mas de alguma forma tentei me convencer de que gostar de meninos não significava ser gay.

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