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Hora de Ler: A Terra Longa - Terry Pratchett, Stephen Baxter


Olá galerinha, tudo bem? Lembrei que ainda tenho um blog (por sorte não exclui) e decidi voltar aqui para escrever, se bem que tenho lido pouca coisa de ficção ultimamente mas vamos ao que importa? Depois a gente conversa melhor 😝


A oficial Monica Jansson vasculha o que restou da casa de um cientista recluso misteriosamente desaparecido.
Enquanto abre caminho por entre os destroços, Jansson encontra um artefato curioso: uma caixa contendo uma fiação rudimentar, uma chave de três posições e… Uma batata. É o protótipo de um Saltador, aparelho que permite viagens por entre infinitas Terras paralelas, um salto de cada vez. 

Mas, ao que parece, somente a Terra original conta com vida humana — as demais são incríveis variações de fauna e flora virgens, mundos sem fim com vastos recursos naturais.
Anos depois, Joshua Valienté é um saltador natural, que não precisa do aparelho para transitar entre universos. Após viver boa parte da vida como um andarilho solitário por entre as múltiplas Terras às quais tem acesso, ele é recrutado pela influente Black Corporation para uma viagem de exploração. 

O objetivo: seguir até os confins desses múltiplos mundos, afastando-se cada vez mais da Terra Padrão, e descobrir os segredos e surpresas que a Terra Longa reserva.

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Esse livro tem tanta informação acontecendo ao mesmo tempo que nem sei por onde começar, certamente você dirá "pelo começo" ok, mas por qual deles?

Posso começar dizendo que criei muita expectativa (não façam isso) elas foram atendidas até demais por assim dizer. Você pode enxergar a história como um simples thriller de alguém buscando por algo misterioso até o momento em que entram em ação as viagens dimensionais entre os mundos e tudo começa a ficar um pouco complicado (e muito divertido!).

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Em poucas linhas eu poderia resumir toda história: Josh é um viajante natural que já nasceu com o dom de explorar os universos paralelos, Mônica é uma policial que não acredita nisso e a pedido do departamento nacional investiga os saltadores, os prende e tenta entender como tudo isso funciona, e como terceiro ponto de vista temos a Black Corporation que como toda empresa visa lucrar com a capacidade de Josh, viabilizando viagens para as pessoas sem o dom. 
Mas você acha mesmo que Terry Pratchett iria escrever algo tão simplório? Tenho pena se respondeu que sim.

Importante: Aqui as viagens não são no tempo, mas em universos/dimensões paralelas, versões alternativas de um mesmo local, no mesmo ano sem alteração de data, ou seja: eles viajam sempre no presente.

(In) felizmente esse é daqueles livros onde se falar mais estraga a surpresa, mas dei boas risadas com Lobsang, o computador da Black Corporation e companheiro de Josh nas viagens entre as Terras, me fazendo lembrar MUITO O Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams, talvez isso tenha contribuído para que eu tenha amado o livro pois amo uma loucura científica com críticas aparentemente inusitadas, soltas, mas ferrenhas a sociedade ou aos modos como alguns escolhem viver.

Não temos um início regular na narrativa e isso pode causar um estranhamento ao leitor mais desavisado, demorando um pouco a acostumar com a ambientação "irregular" da trama que não se preocupa nem um pouco em deixar o leitor a par do que está acontecendo e embora isso em outras circunstâncias possa causar ansiedade, aqui faz todo sentido pois o livro se sustenta nessa estrutura de quebra cabeças onde o leitor precisa ficar atento. A construção de personagens é absurda, nada fica de lado ou acontece aleatoriamente, quando você menos espera aparece um personagem das páginas iniciais como de surpresa para amarrar bem as pontas deixadas de propósito.

Também entendo o motivo de muita gente não ter gostado do livro pois se tratando de Pratchett esse vai numa direção bem diferente das fantasias do Discworld (agradeço em parte) deixando um pouco de lado a crítica religiosa e indo para um lado mais "real" se é que podemos considerar multiversos algo palpável. 
Outro "problema" encontrado e também motivo de hate é que os autores não se esforçam para explicar os fenômenos durante a narrativa, isso não chega me incomodar mas seria interessante uma explicação mesmo sem sentido para o emaranhado quântico final em forma de livro, ainda prefiro pensar que Pratchett e Baxter estavam além do tempo quando tiveram a ideia de escrever a série por isso muitos não compraram a proposta.

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Uma parte impossível de não ser comentada mas muito pessoal: as obras literárias ou audiovisuais que esse livro me fez lembrar. A primeira delas já citada é O Guia, depois vem Doctor Who, Arquivo X, The Twilight Zone e muito fortemente o filme Jumper, pois a forma como o salto foi descrito parece ter sido retirado de lá. 
De livros eu teria que fazer um post só com as referências de tantas citações, isso só contando as diretas dentre elas se destacam O Apanhador no Campo de Centeio, A Ilha do Tesouro, A Volta ao Mundo em 80 Dias, Nárnia, Alice, Peter Pan... Para nós viciados em livros é um verdadeiro deleite, mais um ponto mais que positivo!

Pouca coisa ou quase nada tem relação com o Discworld, posso tá parecendo redundante mas é para tentar evitar expectativas para com aqueles fãs da maior saga não sequencial de todos os tempos na literatura mundial.

A parte chata: se trata de uma série com 5 livros, até o momento apenas 2 foram publicados no Brasil.



Quotes:

Não podemos cobrar por uma coisa que não está sob nosso controle.

Se um computador tem medo de ser desligado, significa que ele tem consciência e, portanto, tem uma alma.

Maravilhas em excesso entorpecem a mente.

Atrás do medo, sempre vem alguém disposto a ganhar dinheiro com ele.

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