E aí galerinha, tudo bem? Por aqui as leituras estão com tudo! Mais um livro
que fala de livros e tem meia noite no título? De maneira geral sim, mas
estejam muito preparados pois veio aí!!!
Lydia leva uma vida reclusa. Funcionária da livraria Ideias Brilhantes, ela
mantém uma existência meticulosamente calculada entre seus adorados livros,
os colegas de trabalho excêntricos e os BookFrogs – frequentadores assíduos,
perdidos e solitários da livraria que passam os dias vasculhando as estantes
abarrotadas da loja.
Mas, quando Joey, um jovem BookFrog, tira a própria vida no andar de
cima da Ideias Brilhantes, a rotina de Lydia vira de cabeça para baixo.
Vendedora favorita de Joey, ele lhe deixou sua única herança: livros. Porém,
ao folheá-los, ela percebe que foram vandalizados de uma forma perturbadora
e enigmática. Eles revelam a psique de um jovem perturbado. E parecem conter
uma mensagem oculta. O que Joey sabia? E o que isso tem a ver com Lydia?
Conforme Lydia investiga o mistério da morte de Joey, ela desenterra uma
memória há muito esquecida da própria infância. Reminiscências de uma noite
sangrenta começam a voltar. Seu distante pai retorna, junto de um policial
obcecado. E ela não demora a descobrir que um assassino que esteve em sua
vida por muito tempo nunca se foi por completo.
~
Confesso não saber da existência desse título antes dele aparecer como
recomendação no final de um ebook, e agradeço a modernidade tecnológica do
Kindle pois na mesma hora o peguei e comecei a ler ali mesmo.
De início a história é interessante mas bem morna, não consegui me apegar a
personagem nenhum nem me sentir representado como geralmente acontece nas
minhas leituras, ao menos comigo não ouve nenhum tipo de ligação, dessa vez
fiquei de fora como espectador mesmo.
É difícil dizer "temos um mistério" pois na verdade são mais de 2 (Joey
enforcado, e o trauma de Lydia) porém o autor consegue esconder muito bem os
vários segredos que perduram durante a narrativa, revelando de forma bastante
discreta cada um dos segredos deixando a trama fechada sem nenhuma dúvida em
relação aos acontecidos por mais que isso demore no que se diz ao ritmo de
leitura.
Prometeu e entregou.
Prometeu e entregou.
Fiquei receoso com a quantidade de sub tramas que foram aparecendo, o mais
legal (e mágico) é como ele consegue fazer uma ligação direto com algo até
então "solto" mostrando ao leitor que aquelas partes sem sentido no início
envolvendo a infância de Lydia, sua relação com o pai, os amigos, brigas nos
detalhes sinuosos, nada posto na história foi por acaso. A satisfação que isso
traz já fez valer a leitura, pois somos ludibriados junto com a protagonista
que está no escuro na investigação sobre a vida passada de Joe.
É um thriller que se torna delicado por falar em assuntos familiares, adoção,
filhos renegados/desaparecidos, suicídio e também sobre se encontrar no mundo.
Gostei do tato ao não detalhar tanto as cenas do crime embora isso sempre seja
pesado mas o autor nos poupou das descrições mais sangrentas existentes por
aí.
A relação de todos os personagens com os livros é linda, a temos citações a outras obras o tempo inteiro, e os Book Frogs são uma tribo bem curiosa que não fica muito explicado, mas basicamente são pessoas pagando a condicional e ao invés de fazerem trabalhos comunitários ficam na livraria, se tornando parte dela.
O final surpreende demais pois eu não tinha ideia do que esperar, estava tendo
outra pessoa como suspeito de ser o Homem Martelo de acordo com as dicas
cedidas durante a narrativa mas estava redondamente enganado, e isso foi ótimo
afinal adoro surpresas, ainda mais quando estou lendo.
As partes da investigação no início são chatas por não terem um certo
dinamismo, e o autor ainda intercala com lembranças da infância de Lydia, daí
entra a história turbulenta com o pai dela desviando (naquele momento) a
atenção para o mistério de Joey nos fazendo questionar onde o livro deseja
chegar, mas como falei: no fim tudo se encontra.
Houve um esforço aqui no formato das mensagens póstumas de Joey para Lydia,
ficou bem legal a maneira apresentada, ele conseguiu representar as palavras
como se de fato estivessem cortadas em "janelas" deixando elas espalhadas pela
folha tal como um livro que foi picotado.
As resoluções aqui vem no tempo
certo na maioria das vezes pegando o leitor de surpresa como um bom thriller
deve fazer, nos deixando pensativos "como não fui por esse caminho?".
Apesar de ser uma história "corrida" se o livro fosse dividido em contos
ficaria muito legal também afinal as subtramas funcionam quase desse jeito com
a diferença de estarem diretamente ligadas, dependentes da trama principal.
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