Olá galerinha, tudo bem? Primeiro review do ano não poderia ser mais rasgado
do que esse, estão prontos para abrirem a mente e ficarem em choque?!
Johnny, você me amaria se o meu fosse maior? é um romance sujo, direto, em
que não sobrevivem quaisquer tabus ou pudores.
Lançado inicialmente por uma editora underground de São Francisco, na
Califórnia, este romance conta a história de um artista que se
autoclassifica como “gay old school” – personagem que guarda muitas
semelhanças com o autor Brontez Purnell.
~
Vale a pena avisar que esse livro é totalmente sem filtro e por isso pode
incomodar os desavisados ou mais conservadores, mas justamente essa
sinceridade o faz brilhar por si.
Como uma espécie de diário aberto o autor nos mostra todas as suas
fragilidades sem medo de críticas, o fato dele ser negro, periférico, LGBT,
HIV+ e fazer parte de tantas outras minorias dá voz e o "obriga" a agir de
forma diferente sempre desafiando as convenções sociais das formas mais
absurdas possível.
Brontez é o tipo de gay totalmente fora dos padrões em todos os sentidos, tem
uma identidade forte, não concorda tanto com a militância, odeia The Smiths,
Drags, pool parties, a lista anti-gay dele não para, o tornando único (para
não dizer polêmico), da minha parte só concordo com as preferências dele não
poderiam ser melhores as referências.
Embora ele faça alguns floreios durante a narrativa-diário onde o tempo é
relativo (as coisas podem se passar no passado, presente, ou ao mesmo tempo)
no geral a linguagem usada para expressar suas opiniões, pensamentos e
reflexões é bem simples, ás vezes ele dá uma surtada nos fluxos de consciência
e não sabemos distinguir se aconteceu ou apenas o protagonista está pensando,
se tratando de não ficção isso sai um pouco da "caixinha". Ele tem medo de se
apaixonar, é uma alma livre, e sim: o título do livro É o que você
provavelmente está pensando.
O sexo é muito presente na vida dele e esse aspecto do livro de longe é o que
mais incomoda os mais sensíveis por ser muito direto, acredito que se ele
escolhesse o caminho rebuscado (até porque a gata tem formação literária),
lírico, truncado, cheio de floreios para narrar suas aventuras com parceiros
temporários aí sim seria O Livro do Século genial, OPUS literário, Ulysses do
século 21. Á merda com essas convenções hipócritas.
Não é uma questão de identificação com os atos dele, mas amei a coragem de ser
tão aberto, rasgado, bem
Holden Caufield
na forma de se expressar verdadeiramente com o foda-se ligado isso é o
suprassumo da autenticidade. Sem falar que ele tem outras obras com mais
revelações mas em outros tons, mais voltados á poesia, lirismo e toda essa
baboseira acadêmica pela qual pagam tanto pau.
Se os livros no geral fossem canais de TV esse com toda certeza seria a MTV
por sair do eixo e criar o seu próprio modo de linguagem em meio a tanta
desventura, fazendo dos limões uma belíssima limonada.
Ele cita nomes importantes da cena LGBT, critica Deus e O Mundo, mas não é
gratuitamente pois tem seus motivos secretos (me acabo de rir). Foi um deleite
ter descoberto essa obra muito por acaso quando eu ainda assinava o Kindle
Unlimited. Infelizmente não dá pra entrar em muito detalhe sem revelar "a
trama" que na verdade são as histórias de vida dele, só lendo para conferir
tudo que relatei.
Quotes:
Eu odeio The Smiths pra caralho. Cada vez que escuto, só imagino o Morrissey sozinho em um quarto, chorando e batendo punheta ao mesmo tempo.
Não tive coragem de contar ao meu tio que meus planos pro futuro eram ganhar peso como minha diva Aretha Franklin, ter doze gatos e pagar por sexo com meus cheques da aposentadoria por invalidez.
Algumas pessoas dizem que o amor não tem preço, mas comparo o amor a um cartão de crédito ou um empréstimo do agiota, ou seja, você sempre vai pagar bem mais depois.
Mas é claro que diversidade é baboseira. Nós gostamos de diversidade só enquanto as pessoas agem próximo do que estamos acostumados.
Ele me contou qual era a lista de convidados e eu já tinha ficado com a maioria.
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